segunda-feira, março 13, 2006

Pirataria: Do Betamax ao Minidisc



Com o advento e a popularização do gravador de cassetes nos anos 80, tornou-se hábito fazer cassetes em casa (Nós por cá, tinhamos a "Hora do Cassete", um programa criado pela Rádio Cidade para o efeito, completo com pausas para virar o lado e tudo). A British Phonographic Industry (BPI) entendeu isto como uma violação macissa dos direitos de autor das bandas inglesas e lançou a campanha "home taping is killing music". Foi o primeiro assalto de uma marcha em que a indústria (BPI, RIAA e, mais recentemente a MPAA) dá um passo para a frente e dois para trás: à cassete sucedeu o minidisc (que podia ser regravado 1 milhão de vezes sem perda de qualidade), depois os duplicadores de CD, e finalmente a Internet.

Do outro lado do oceano, e já nos anos 70, a Sony lançou o Betamax, e as pessoas começaram a gravar programas de TV e filmes em casa, e com isto provocaram o estudio gigante americano Universal City Studios (cujos bolsos não têm fundos). A Universal processou a Sony por facilitar o infringimento de direitos. E considerou-a responsável pelas acções dos seus utilizadores. O mundo esperou. Finalmente, em 84, veio a decisão: A Sony não podia ser considerada responsável pelas acções dos seus clientes, "because the devices were sold for legitimate purposes and had substantial non-infringing uses." Esta decisão iria proteger durante 21 anos (até Junho de 2005) tecnologias como o minidisc, o gravador de CD's, o iPod, as pendrives, mas também o KaZaA, o eDonkey2000 (A.K.A. eMule) e o Grokster, que argumentaram todos que o seu serviço tinha usos substanciais que não violavam os direitos de autor, e que se alguém o fazia, não era da responsabilidade deles.

[to be continued]

3 Comments:

Blogger Galiano said...

As editoras tem de perceber k n ha a fazer p combater a pirataria. Devem é adaptar o seu negocio a nova realidade

7:15 da tarde  
Blogger Froes said...

Está previsto que daqui a 10 anos blockbuster's e empresas do mesmo ramo desapareçam por completo do mercado mas não acredito que os cinemas sigam o mesmo curso(apesar de os preços serem incompreensíveis).Pela mesma razão que o futebol da na televisão mas as pessoas continuam a ir aos estádios.Concordo com o galiano e acho que a solução é uma adptação ao novo mercado

12:54 da tarde  
Blogger francisco feijó delgado said...

A grande questão não é se se pode fazer algo contra a pirataria, ou não. É bem capaz de ser muito complicado. Reparem, já se podia piratear desde o tempo da cassette (como diz o post), só gravando o airplay das rádios, mas poucos o faziam (ou o fazem agora dos streamings online) sobretudo porque é chato e dá muito trabalho.

A grande questão é que o mercado do CD acabou. Não é se as pessoas compram ou não música. As 1.000.000.000 músicas vendidas no iTunes provam que há mercado e que as pessoas compram. Em França, a FNAC já vende música (faixa a faixa) via net.

O que aconteceu é que o modelo da indústria discográfica está a mudar e as editoras estão a ficar para trás (será que as editoras vão acabar?), precisamente porque querem manter o controlo absoluto num formato que já não faz sentido perante o mundo de hoje. E depois temos os 'artistas' a espernear assim http://www.gdaie.pt/noticias/textoprograma_plataforma_6.pdf sem sequer mencionar uma possível baixa de preços dos CD's.

Nota: Há uma série de programas do Radio.com da TSF disponíveis no site da rádio ligados à temática dos direitos de autor (sobretudo no contexto dos Podcast musicais) em que se pode ouvir claramente a posição (atrasada) dos músicos ditos consagrados.

9:30 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home