terça-feira, maio 24, 2005

Fleming

Diz o povo: "Quem procura sem encontrar, encontra sem procurar", uma frase que assenta como uma luva a Sir Alexander Fleming, que é conhecido por ter descoberto (por acaso) a penicilina, pela qual dividiu o Nobel da medicina em 45 com Chain e Florey.
Depois de se formar em medicina, Fleming começou a pesquisar no campo da imunologia. Mais tarde, como médico do exército durante a Primeira Guerra estudou as infecções de feridas e notou que muitos dos anti-sépticos causavam maiores danos ao corpo do ferido que à própria infecção. Apercebeu-se então da necessidade de uma substancia que combatesse as bactérias sem causar danos significativos às células humanas.
No fim da guerra Fleming voltou à carga. Os seus laboratórios eram habitualmente muito desarrumados, o que veio mais tarde a jogar em seu favor. Em 1928, enquanto tentava por ordem na casa, encontrou uma série de culturas bacterianas há muito esquecidas, uma das quais ficou exposta ao ar e foi contaminada por uma espécie de bolor, à volta do qual havia um halo transparente. O seu olho treinado não deixou escapar esse pormenor e compreendeu que as células bacterianas estavam mortas ou a morrer por estarem em contacto com a colónia de fungos. Nascia assim a penicilina.

O meu avô, que certamente sabia esta historia um dia abriu um frasco de doce antigo que estava com uma camada de bolor por cima. Sem hesitar espetou uma faca e mexeu tudo vigorosamente. A quem viu esta cena justificou: "deixa estar, filho, é penicilina!"