sábado, novembro 19, 2005

A pescadinha de rabo na boca

«Supunha que tem à sua frente duas caixas, a caixa A e a caixa B. Numa dessas caixas está um ovo, mas não se sabe em qual. Eu vou-lhe pedir que abra as caixas por ordem, primerio a A e depois a B.
A pergunta é: "Em qual dessas caixas está um ovo inesperado"? Com inesperado, quero dizer que não se pode saber que ele está numa determinada caixa, antes de a abrir.»
Vamos pensar um bocado. À priori não podemos saber onde está o ovo, inesperado ou não. Mas vamos supor que abrimos a caixa A e não está lá nada. Nesse caso podemos afirmar com certeza que o ovo está na caixa B. Mas se podemos dizer concerteza que o ovo está na caixa B - antes de a abrir - então o ovo deixa de ser inesperado...Então é facil: se o ovo inesperado não está na caixa B, então está na caixa A!
Bom, o problema aqui é que se podemos afirmar tão peremptóriamente que o ovo inesperado está na caixa A então ele deixa de ser inesperado!

O texto acima é o que se chama um paradoxo. Neste caso específico, qualquer solução é invalidada pelo próprio enunciado do problema. É parecido ao clássico problema da galinha e do ovo (aparentemente os ovos prestam-se a problemas paradoxais). Desde há muito que problemas deste tipo são simbolizados pelo Uroboro, uma representação mitológica de uma cobra ou um dragão ou uma cobra. Já no nosso país, por essas salas de aula fora, o dragão e a cobra passaram a pescada.


Uroboro, A.K.A. "Pescadinha de rabo na boca"